quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pedras

"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra."
No meio do caminho, Carlos Drummond de Andrade
"Se fosse fácil achar o caminho das pedras
Tantas pedras no caminho não seria ruim."
Outras Freqüências, Engenheiros do Hawaii

Olá pessoas!
Nova tentativa de manter este blog quinzenal. Ora, não é tão difícil cumprir a pequena tarefa de escrever de vez em quando, não? Todo mundo tem falta de tempo e isso não as impede de fazer aquilo que gostam.

O fato é do que realmente gostamos?
Difícil listar tudo o que se gosta. Díficil, porque listar prioridades sempre deixa aquela sensação de que se pode estar esquecendo algo, ou invertendo valores. É mais fácil quando dizemos que preferimos roxo a verde, acerola a jiló, noite a dia. Mas quando se escolhe o que se quer ser, quem quer ser, as coisas complicam um pouco.
Digo isso porque talvez seja o ponto onde estou agora; fiz algumas decisões importantes na minha vida, mas não sei se foram as mais corretas. Com certeza não foram as mais curtas; e terão muitas pedras pelo caminho.
A sensação que às vezes tenho é: "vale a pena?". Espero que sim.

Enquanto isso mergulho na leitura, estudos auto-didata e no mundo ouvinte da música. Um dia, quem sabe, aprendo também. Por enquanto, admiração e amor são as únicas coisas que posso dedicar as notas.

さちえ
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O mundo não faz sentido

Se no Sudeste chove, alaga, enchente e 600 e tantas mortes;
No Sul, seca, perda de plantação e vacas mortas.
Se nevasca, downtown fantasma, vôos impedidos pelo mal tempo,
Vontade de ver neve por olhos que nunca a viram ainda permanece.
Se loiro, quer ser moreno; se moreno, quer ser loiro.
Parece até poema de Cecília Meireles, ou isto ou aquilo.
Ou isto ou aquilo!
"Se calço a luva, não ponho o anel;
Se ponho o anel, não calço a luva".
O mundo não faz sentido,
Mas no meio dessa balbúrdia em que vivemos
Precisamos seguir em frente
E viver mais uns sei lá quantos anos
Decifrando a cada dia
Um caminho a seguir.
Cheguei no lugar certo?
Quando os pontos se ligarem, a gente descobre.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fênix

"She's an extraordinary girl
In an ordinary world..."
Extraordinary Girl, Green Day
"Before you met me I was alright but
Things were kinda heavy, you brought me to life"
Teenage Dream, Katy Perry

Olá pessoas!

Fuuuuuuuuuuuuu! #Assoprando
Woooow, 2011!
O empoeirado e abandonado AluMus não morreu! Só passou um tempo em forma de cinzas...
Não vou perder tempo discorrendo o porquê da ausência no blog. Sim, pessoas, é o de sempre: faculdade, compromissos extracurriculares e até meu namoro que eu esqueci (!!!) de comentar.
Mas veja só: SOBREVIVI! Tô no quarto ano, velho!!!
E valeu a pena, porque descobri lembrei o que eu sempre soube: se eu sentar o bumbum na cadeira e estudar de verdade eu consigo ir bem; se eu me entupir de compromissos, vou colapsar em algum momento; e se eu não voltar pra casa regularmente, eu hiberno uma semana inteira no início das férias, sendo Natal ou não.
Voltando a vida decente, sem pijamas de bolinha e cobertores acordada, revi meus amigos - e isso vale muito a pena.
Obrigada Paula, Kyo, Tone, Kato e Fascott pela noite de Wii, X Box, UNO e salsichada! e desculpa pela falta na pizzada u.u
Obrigada Mari pela companhia em tantos momentos, como a saga "Busca do Macaron no McDonalds".
Os famosos macarons a 90 cents no McDonalds... de Paris!!!
E essa é a resposta para o meme que eu recebi da Mari há anos-luz atrás, para falar sobre o que me deixa feliz... Taí: amizade. (E eu sei que anos-luz é uma unidade de distância, ok?)

Enfim... Férias.
Ultimamente não ouço nada novo; ainda na playlist domina Glee, Orange Range, Green Day, Lady Gaga e Katy Perry (!?) - não necessariamente nessa ordem. Mas o que tem de novo é o fato de eu ter jogado tanto Wii (We have Wii!!!) e lido bastante. Já foram 4 livros. "Caim", de Saramago; "A mulher do Viajante do Tempo", de Audrey Niffenegger; Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Marquez; e "Através do Espelho", de Jostein Gaarder. E eu tenho mais três semanas de férias e mais livros para ler. #Happiness e #Tédio

A música que eu mais ouço ultimamente? "Teenage Dream", na voz do Darren Criss (o Blaine, de Glee. The Warbles? E sim, ele erra o primeiro verso...)
 

Outra música que também gosto bastante é "Extraordinary Girl", do Green Day. (Do álbum American Idiot, que contém também Homecomming, sobre a qual já escrevi)
Ambas as músicas falam de garotas, maravilhosas, mas que estão em momentos beeeeem diferentes da vida.
E, de algum modo, eu acho que essas músicas podem contar a mesma história.
(Completamente maluco, mas ouvir as duas músicas juntas - com a Teenage Dream iniciando 30 segundos antes e bem mais alta - fica uma mistura bizarra, mas interessante... Sim, eu fiz essa insanidade! o.o)

Another She story...
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Dois mundos

Então hoje ela estava feliz.
Ele era um sonho; de tão perfeito, ela tinha medo de dormir e, ao acordar, não encontrá-lo mais ao seu lado. Perfeitamente cavalheiro, capaz de entender as mínimas nuances de seu humor, foi uma sorte - ou destino? -  encontrá-lo e uma benção tê-lo junto a ela. E sua perfeição era isto, estar ali; ser real, palpável e presente.
Ela tinha finalmente encontrado seu porto seguro, depois de anos vagando solitária entre multidões sem rostos. Multidões estas formadas por pessoas. Pessoas apressadas e de sentimentos camuflados, correndo pelo mundo cumprindo tarefas, mecanicamente, solitariamente. Pessoas partindo, pessoas partidas. Pessoas que pouco - ou nunca! - notaram o dom extraordinário que é viver. Pessoas diferentes, completamente, dela.
E enquanto o mundo não se ajustava a ela, ela tentava se ajustar ao mundo. Frio. Era isso que ela sentia, apesar do sol, apesar do fogo. Como se seu coração estivessem em uma geleira em pleno Saara, ou em uma nevasca na linha do Equador. E ela chorava; por dentro, para ninguém ver, ou à noite, quando todos dormiam. Chorava escondido, porque não é aceitável estar triste neste mundo. Não é aceitável, pois é difícil continuar na rotina diária com alguém em prantos ou lamentando-se ao seu lado. Mas ela já estava doente de tanto sofrer.
Benção ou destino? Ele estava ali, na hora certa para resgatá-la, por sorte ou carma? Talvez nunca se chegue uma conclusão, assim como no enigma da galinha e o ovo. O que se sabe é que no momento em que ela cansou de esperar que o mundo - o seu mundo - olhasse para ela, reconhecendo seu valor e sua singularidade, ele passou ao seu lado. E não saiu mais de lá.
Ele percebera os traços da beleza escondida na naturalidade e graça nos trejeitos espontâneos. Ela nunca soube de onde ele retirou aquelas idéias, mas sentiu-se grata. E aquecida.
E o gelo derreteu, libertando seu coração. E ela percebeu que o seu mundo não podia ser tão frio, não precisava ser tão complicado. Não precisava de lágrimas. Precisava de ternura.
A partir de então, parou de chorar e de olhar para trás. Era um mundo novo que lhe era oferecido. Por ele, ali, no aqui e agora. Para sempre.
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