quinta-feira, 23 de julho de 2009

Just yourself


"Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre...”

Clarice Lispector

Olá pessoas!
Mais uma edição do AluMus!
Uma “pequena misturinha” desta vez. Não apenas uma fonte de inspiração, mas várias. Esse texto tem referências a músicas, textos... Vou listá-los, pois eu realmente gosto dessas referências. ^^
Não é exatamente um texto feliz, mas achei que ficou bonito. ^^

Somewhere only we know, Keane;
Quase sem querer, Legião Urbana;
Two princes, Spin Doctors;
Cuidado com as flores, Gui;
A pessoa errada, Luis Fernando Veríssimo;
O amor que acende a lua – O Deus menino, Rubem Alves (Essa é a referência da citação... Tenho que ler o livro ainda...);
As chaves, Lygia Fagundes Telles.
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Valores

Ela abriu os olhos.
Levantou, abriu a janela. Inspirou o ar; não era puro, mas ainda assim encheu seus pulmões com o oxigênio necessário para viver. Era cedo, pegou uma blusa jogada sobre a cadeira e a vestiu. Seus olhos refletiam lembranças. “A alma é movida pela saudade. A saudade não deseja ir pra frente”. Ela podia ver, diante de seus olhos, aquele lugar.
... Um dia, há algum tempo, eles se sentaram naquela árvore. Sob seus ramos, conversaram por horas e horas e horas... O tempo parecia recusar-se a passar quando estavam juntos.
O telefone tocou. Era engano. Isso era horrível, o coração dela pulava cada vez que ouvia o som estridente. Levou alguns minutos para se recuperar. Ela só queria alguma paz.
Houve um tempo em que ela sentiu isto: paz... Um tempo em que ela podia ser ela mesma, sem máscaras ou disfarces. Ela, despida de qualquer sorriso amarelo ou reação conveniente.
Coisas simples... Nestes dias nublados qualquer coisa a distraia deste modo. E quando ela era forçada a voltar à realidade, sempre o fazia assustada, com um tambor batendo em seu peito. Esse foi o preço de sua sinceridade.
Ela passou muito tempo sendo transparente. Por vezes, se machucou por causa disto. Mas ela não sabia viver de outro modo, não sabia não ser ela. Como viver numa farsa? Por que fingir ser o que não é? A pior mentira é aquela dita para si mesmo. Então, ela seguiu seu caminho desta forma.
Naquele tempo, ele fez tudo errado. Ele não era a pessoa certa para ela. Nunca foi e nunca será. Nunca poderia ser. Mas ainda assim, eles se aproximaram. E o tempo parou. É claro, quando o relógio voltou a funcionar, ela se encontrou sozinha. Ele foi para algum lugar e ela não sabia onde. E ele levou algo precioso consigo.
Ela aprendeu a disfarçar. Ela aprendeu a não ligar. Ela... na verdade, ela não aprendeu nada disso! Ela tornou-se uma rosa murcha. Secou diante da grande árvore. E voltou para casa e seus dias nublados. E aquele caminho vazio tornou-se sua rotina; ele não estaria lá, mas ela não podia deixar de esperar. Não ainda.
Ela desligou o telefone. Engano. Pegou as chaves, abriu a porta. Foi até a árvore, aquele lugar que só eles conheciam. Havia alguém lá. Seu coração parou por um instante. Ela correu, correu. Correu como se sua vida dependesse disto. Ela precisava de algo em que acreditar.
Ao chegar à árvore, ofegante e ansiosa, olhou para todos os lados. Onde ele estava? Não havia ninguém... Decepção. Ela se levantou, o que importa não é o tamanho da sua queda, mas a sua capacidade de se reerguer. Então, como todos os dias, ela foi até a cidade, ver pessoas. Encontrou-o, não ele, mas ele, a pessoa certa. Já se conheciam, é verdade que conversavam um pouco todos os dias. Ela não conseguia olhar em seus olhos, nem articular uma frase completa. Mesmo assim, ele nunca a deixaria. Ele nunca faria nada para machucá-la. De fato, ele era a pessoa certa para ela.
Quando voltou para casa, ela sentiu algo diferente. As nuvens se dissiparam. As coisas voltaram a dar certo. Certo até demais. Às vezes, o que a gente precisa é que algo dê errado. E era assim que ela gostava, apesar de tudo. Porque, apesar de “errado”, era assim que ela era feliz. Depois de cada desespero, no final, as coisas ficavam bem. E é isso que importa. E ela ainda se pergunta como vai ser o final. Mas... a noite lhe diz “Esqueça, menina. As estrelas brilham toda noite esperando a lua cheia. E depois de três semanas, ela sempre volta. Durma, antes que o dia amanheça outra vez...” E, sonolenta, ela deseja um pouco de sol no próximo dia. Fechou os olhos.
E então, uma estrela cadente cortou o céu.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Every new beginning comes from some other beginning’s end

“This could be the end of everything
So why don't we go”

Somewhere only we know, Keane


Olá pessoas!

Mais uma vez, o post um pouco adiantado! É isso que dá pegar rec... Aí tem que escrever antes, pra dar tempo de estudar!
Mas... É tempo de férias. O que você tem feito, caro leitor?
Férias para mim é isso: rever família e amigos, sair, ler, assistir filmes e animes, desenhar, estudar (sim! Mas aquilo que gosto, não o que sou obrigada)... É usar meu tempo de modo mais leve. =)

E... Aqui vai um ‘pedacinho’ de um filme leve que vi esses dias (He’s just not that into you – o quê? Eu gosto de comédias românticas!):

- Obrigado por ficar e me ajudar a limpar. Mas agora tenho que ir pra cama.
- Isso é um convite?
- O quê?
- Essa foi cafona. Não sou boa nisso.
- O quê?
- Sei que as melhores relações nascem de amizade.
- Espere, espere, Gigi. Espere.
- O quê?
- Agora nós estamos em um relacionamento?
- Digamos que se não estamos numa relação, estamos ao menos no caminho.
- E por que você pensa assim?
- Por causa dos sinais.
- Sério? Como o quê?
- Como… Foi bom ouvir de mim. E falou comigo mesmo estando com outra garota.
- E eu senti algo? Do que está falando? Gigi, o que venho dizendo desde que conheci você? Se o cara quer sair com você, ele fará acontecer. Ele vai pedir para sair com você. Eu te pedi para sair?
- Não.
- Por que você fez isso? Merda! Por que fazem isso? Por que criam essas coisas na cabeça? Pegam cada coisinha que os caras fazem e depois transformam em outra coisa. Isso é loucura.
- Prefiro ser assim do que ser como você.
- Desculpe? O que quer dizer?
- Posso dissecar cada coisinha e me expor demais, mas ao menos isso significa que ainda me importo. Você acha que ganhou, porque as mulheres são supérfluas para você? Pode não se ferir ou se fazer de idiota desse jeito, mas você não se apaixona desse jeito também. Você não venceu. Você está sozinho, Alex. Fiz muitas besteiras, mas estou muito mais perto de achar alguém do que você.


- Boa noite.
- Esqueceu algo?
- Esqueci…
- Sério? O quê?
- Isso.
- Então veio até aqui às 23h para me entregar uma caneta?
- Sim, achei que deveria ter uma boa desculpa para vir. É assim que se faz, não é?
- Às vezes.
- Não consigo parar de pensar em você. Vim até sua casa. Liguei várias vezes, estou me tornando…
- Eu.
- Isso.
- Uma pessoa sábia, uma vez, me disse, que se um cara quer ficar com uma garota, fará acontecer.
- Verdade.
- Mas, quando estava me jogando em você, parecia que você não me queria.
- Está bem, você está certa. Esta é a verdade, você está certa. Sempre me acostumei a ficar distante das mulheres. Com o poder que eu não conhecia, antes de sentir por você. Eu não sabia.
- Olha, saí com seu amigo Bill. E ele deve ser o que eu preciso, sem dramas, ele liga, faz o que diz.
- Posso fazer isso.
- Mas não fez. E o sábio disse que eu sou a regra. E tenho que parar de pensar que todo cara mudará. Parar de pensar que… Sou a exceção.
- Você é minha exceção.

(Agradecimentos ao blog Poetriz, de onde eu copiei a transcrição das falas do filme.)

Depois disso, o post. Enjoy. ^^

Música: Closing time, Semisonic.
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Recomeços

Então é chegado o tempo de renovação.
Tudo tem um início, um meio e um… Fim? Depende. O que é o fim senão um novo começo?
Tantas e tantas vezes nossa vida chega ao ‘fim’. O fim da infância, o fim da escola, o fim do ano. E depois, há um novo ciclo, novos caminhos a ser explorados, vividos. São vívidos, cheios de desafios. Encaramos seu início com olhos sonhadores e, por vezes, tememos seu fim. Dói imaginar que tudo aquilo que conhecemos e estamos acostumados está prestes a acabar. Mas aí o novo ciclo começa e superamos esta dor. Até o novo fim…
Voltas. É deste modo que as nossas vidas são formadas. É por isso que jamais devemos dizer ‘jamais’. Afinal... O que esperar do futuro? Ele é uma astronave que tentamos pilotar, certo? É um desafio controlar nosso próprio destino... E esse é o ponto mais incrível de viver: o imprevisível. Um dia podemos ter certeza de algo e, no outro, tudo pode estar ao contrário. É fantástico! E complicado.
Tão complicado que às vezes a gente não sabe aonde ir. Tão complicado que é difícil achar um lugar em que você sinta-se acolhido, sinta-se em casa. Tão complicado querer o que não se pode ter… Às vezes devemos fazer tudo para descomplicá-lo. E isso inclui recomeços.
Quem você quer que te acompanhe nessa caminhada? Às vezes você nem precisa de companhia. Às vezes você só precisa se reencontrar. Mas… Você sempre sabe quem você gostaria que te acompanhasse.

And if you want, I’ll be there for you. But I don’t promise it is gonna be forever. Someday, I must restart my life…
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